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A carreira dos nossos filhos


Com certeza você já pensou muito no que seus filhos farão no futuro, e procura, dentro de suas possibilidades, propiciar-lhes atividades que os preparem para o mercado de trabalho.

Um bom curso de inglês, para que possam atuar em empresas ou atividades que demandem esse idioma.

Esportes, para que desenvolvam a sociabilidade necessária para que trabalhem em grupos. Teatro, para que aprendam a superar
a inibição e falar em público. Uma atividade voluntária, para
promover a empatia social.

Pensamos também que um intercâmbio no exterior é muito importante antes da faculdade, para que tenham contato com o idioma e outras culturas, depois disso uma boa preparação para o vestibular, um curso superior em Universidade de primeira linha, uma boa especialização e depois um MBA, se possível também no exterior.

Após essa maratona, esses seriam os diferenciais que permitiriam aos nossos filhos uma posição profissional segura e uma carreira ascendente.  

Você acha que este raciocínio está correto?  Provavelmente para alguns está, mas é importante colocar algumas ressalvas, baseadas em dados de realidade.
Primeira: essa seqüência aparentemente produtiva de formação educacional não leva em conta o interesse pessoal e as aptidões dos jovens. Tudo bem, enquanto temos crianças é importante direcioná-las de alguma forma, mas não faz sentido impor um esporte em grupo para jovens que não se sentem bem com muitas pessoas, por exemplo.

Mais importante do que lotar a agenda dos filhos com atividades é observar suas
tendências, conversar muito com eles sobre suas preferências e oferecer o máximo possível de informações. Para isso o jovem precisa treinar sua auto-observação, testar-se em diferentes situações para identificar o que gosta e o que não gosta de fazer.

Não é uma fase muito fácil para a autopercepção, mas o jovem que conseguir fazer isso vai direcionar sua energia para o que lhe interessa, aumentar sua autoconfiança e se sentir
mais gratificado.  Trabalhos de orientação vocacional, geralmente oferecidos pelas escolas, podem ser de grande valia para a identificação do foco de interesse profissional dos seus filhos.

A segunda ressalva a ser feita é de que a trajetória colocada é totalmente acadêmica, não contempla estágios e outras experiências práticas de trabalho. Não é mais possível ingressar no mercado de trabalho apenas com conhecimentos teóricos, por melhores e mais especializados que eles sejam. Por isso os estágios, as visitas dirigidas a empresas e mesmo as atividades voluntárias, se importarem em aplicação prática dos conhecimentos, são importantes.

Se o seu filho vai fazer intercâmbio e já tem seu foco de interesse definido ele pode visitar empresas, conhecer processos e até ter pequenas experiências profissionais, dentro das limitações impostas pela legislação do país onde estiver estudando.

A última ressalva a ser feita, e que não limita de forma alguma a discussão sobre esse assunto, é a de que o mercado de trabalho não é tão previsível como gostaríamos. As necessidades mudam muito rápido, e uma especialização feita com o intuito de facilitar o acesso a um determinado segmento de mercado pode ficar defasada antes que o conhecimento adquirido possa ser posto em prática. Para fazer frente a esse dinamismo, algumas sugestões práticas:

- fazer cursos tecnológicos, mais curtos e focados nas necessidades do mercado;
- buscar estágios assim que possível. Alguns cursos de nível médio já propiciam o trabalho prático e a nova legislação de estágio ampliou as possibilidades de trabalho em meio período;
- manter-se informado e atualizado a respeito do foco de interesse. Ler bastante, buscar sites relacionados ao assunto, assistir palestras, conversar com pessoas que atuam na
área, fazer cursos.

Não se pode deixar de dizer, também, que a carreira de qualquer profissional vai estar sempre em construção. Por mais que queiramos garantir alguma segurança aos nossos
filhos, é deles a direção de suas próprias carreiras. É possível conversar, sugerir, com
certeza financiar, mas não é possível tomar conta ou fazer escolhas por eles. Tropeços com certeza vão ocorrer, mas fazem parte do processo de crescimento. E nesta trajetória de autoconhecimento, escolhas e enfrentamento da realidade, com certeza seus filhos serão profissionais e pessoas melhores.



 
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